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Trabalho assíncrono pode estimular a criatividade em mulheres e pessoas marginalizadas

  • Foto do escritor: Virginia Motta
    Virginia Motta
  • 29 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura


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Quem me conhece sabe que sou uma grande fã da @HarvardBusinessReview não só porque é a revista digital de uma das maiores e mais conceituadas universidades do mundo, mas principalmente por trazer matérias interessantes e contemporâneas sobre o universo do trabalho.

Em abril/23 eles publicaram uma matéria sobre como pesquisas comprovam que o trabalho assíncrono pode estimular a criatividade. Primeiro, faz-se necessário entender o que é trabalho assíncrono, que é quando os membros de uma equipe contribuem para um resultado conjunto, mas trabalham de forma totalmente separada (considerando local, fuso horário, etc.).

Claro que trabalhar em sincronia pode incentivar as pessoas a compartilhar ideias uma das outras, gerando mais e melhores ideias, bem como a oportunidade de aproveitar o feedback de cada um para fazer melhorias no trabalho. Além disso, a sincronia pode ajudar a manter todos na mesma página e remando na mesma direção. Tudo isso somado, pode estimular a criatividade.

Porém, apesar das vantagens assinaladas acima, ignora a variação no status social dos membros da equipe. De acordo com Aruna Ranganathan,

“estudos mostram que mulheres e pessoas marginalizadas têm menos oportunidades de falar e são criticadas com mais severidade quando o fazem em uma variedade de ambientes de trabalho síncronos. Consequentemente, equipes síncronas podem inibir a expressão de ideias novas ou arriscadas por mulheres e pessoas marginalizadas, tornando as equipes menos iguais e sua produção menos criativa”.

No estudo realizado com um grupo de músicos folclóricos Baul na Índia, as pesquisadoras levantaram a hipótese de que gravavam de forma assíncrona teriam um desempenho melhor do que aquelas que se apresentavam sincronicamente, e que essa melhoria de desempenho seria impulsionada pelo aumento da criatividade.

As descobertas delas são extremamente interessantes: as performances femininas foram avaliadas 17% mais quando gravadas de forma assíncrona, e que esse efeito foi impulsionado pelo grau de criatividade em seu canto, com base nas avaliações de especialistas. Tais descobertas surpreenderam muitos, mas são consistentes com outras pesquisas sobre criatividade. Por exemplo, algumas pesquisas enfatizam a importância de

“climas de comunicação seguros” para que a criatividade prospere, além dos benefícios criativos da assincronicidade para o brainstorming.

Através destes estudos, podemos concluir que, ao facilitar a liberdade de expressão criativa de mulheres e pessoas marginalizadas, o trabalho assíncrono pode não apenas melhorar o desempenho a curto prazo, mas ter um impacto poderoso nas causas profundas da desigualdade no local de trabalho.


 
 
 

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